20 February 2012

A praia das primeiras viagens

À entrada, um deve apresentar-se, dar-se a conhecer e afirmar ao que veio. Hoje, deixo isso para mais tarde.

Estou pensando em sonhos que posso partilhar, questões para as quais ainda não tenho resposta e intimidades que quero que continuem secretas... mas as palavras falham aos pensamentos e sentimentos que revolvem e reviram procurando o seu lugar.

Vejo uma praia pequena, um ou dois pescadores passando o tempo assim, o mar intenso com ondas igualmente fortes e carinhosas. O cheiro da maresia relaxa-me e deixa-me com uma energia que eu não conheço: talvez não conheça ainda tudo em mim. Procuro-me dentro de mim e encontro uma paz que me satisfaz completamente. Será excelente recordar este sentimento nos dias e horas mais cinzentos. O sol está tímido e não aquece o bastante para largar a camisola de lã quente. Caminho junto ao mar. Recordo-me que ainda há dias, não obstante o frio do Inverno, trouxe os calções de banho e entrei no mar para um mergulho arriscado; as ondas batiam e a corrente fazia-se sentir. Em troca da minha bravura, o mar deu-me o sentimento de pertencer ao mundo inteiro e de partilhar com ele toda a sua energia. Hoje recordo também esse sentimento. Esta praia faz agora parte de mim. Se não fosse esta, seria qualquer outra, mas é esta a praia das minhas viagens.

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