14 May 2012

Contos do insólito ou Histórias de uma terra simples

Espero pelo carteiro. Ele traz notícias da terra foi deixada para trás.

Hoje repito o gesto de abrir a caixa do correio apenas para a encontrar vazia.

E hoje é outro dia, já é fim de semana. E devo esperar pela próxima
vinda do carteiro. Será que ele me baterá à porta?

"É o sr.João? É a sra.Susana? Andava à vossa procura pela Presa acima.
Trago novas para vós. Vem do continente." - E imagino que é no dia
seguinte que ele aparece...

Eu procuro pela rua acima por um número de porta. Nenhuma está
identificada. Bem, se somos os moradores mais recentes da Presa,
presumo que o carteiro saberá nos encontrar.
E espero.
E espero.

Hoje fui ao posto. Perguntei pela carta que não vinha, perguntei pelos
números de porta inexistentes, identifiquei-me e apresentei-me. Fui
dar-me a conhecer. Podia ter levado um naco de pão e conduto, mas
esqueci-me por momentos que estava numa terra simples.
Não, o sr. carteiro ainda não nos conhecia. A missiva perdera-se e
 fora devolvida. Entristeço. Se ao menos me tivesse lembrado do vinho para
compartilhar...